Laboratório de Informática Dedicado à Odontologia |
Neoplasias |
CRESCIMENTO SECUNDÁRIO |
s neoplasias podem se desenvolver no seu local de origem, com crescimento dito primário ou in situ. Porém, diante de um desenvolvimento neoplásico maligno, podem-se observar crescimentos secundários, ou seja, há um desenvolvimento neoplásico distante do seu local de origem. |
Aqui as células tumorais de um carcinoma epidermóide de epitélio de mucosa bucal foi tão invasivo que suas células tumorais (NE) atingiram uma glândula salivar (GL) e provocaram a destruição completa desta (HE, 350X). Esse quadro ilustra um crescimento secundário por invasão, em que há continuidade com a matriz neoplásica inicial (no caso, o epitélio da mucosa). |
Os crescimentos secundários podem se desenvolver de duas maneiras: a) por invasão: as células neoplásicas penetram os tecidos vizinhos, estas mantendo continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem. Fatores como proliferação celular, movimento amebóide das células, pouca adesividade etc. contribuem para esse tipo de crescimento. Para haver invasão, as células neoplásicas devem se fixar à matriz intersticial, para terem uma base concreta para seus movimentos de migração, e devem ter pouca adesividade entre si (já está comprovado que células neoplásicas malignas possuem baixa adesividade entre si, talvez devido a deficiências estruturais das junções intercelulares, a pontes de hidrogênio fracas etc.). As vias de disseminação do crescimento por invasão estão baseadas na resistência dos tecidos. Os planos de menor resistência tecidual, como tecidos moles ou frouxos, constituem uma dessas vias; outras seriam as vias canaliculares vasculares, com infiltração neoplásica em vasos linfáticos, capilares e vênulas e cavidades de órgãos. As células tumorais, atingindo a circulação pelos vasos sangüíneos ou linfáficos, podem originar as metástases. |
Adenocarcinoma (AC) em pulmão, um tecido neoplásico metastático. Veja que o tecido possui coloração diferente da do pulmão, bem como formato tendendo a esférico. Esse formato é devido ao fato de o tecido pulmonar ser frouxo, permitindo o crescimento do tecido mestastático para todas direções igualmente. |
b) por metástase: constitui um crescimento à distância, sem continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem. Para tal, é necessário que haja invasão e desgarro das células neoplásicas, circulação destas (embolia) e implantação em um novo local que contenha condições de proliferação celular. A dificuldade de estabelecimento da metástase se resume nesta última condição uma vez que as condições de implante são muito difíceis. |
Vemos aqui um vaso sangüíneo (V) com células tumorais bem próxima de sua parede. Uma delas até mesmo parece "empurrar" a parede endotelial (setas). Trata-se dos momentos inicias da disseminação das células tumorais por via hematogênica (HE, 400X). |
As vias de disseminação das metástases são principalmente a rede linfática (devido a presença marcante em tecido conjuntivos e sua estrutura sensível). A via hematogênica também pode ser responsável por este tipo de crescimento neoplásico devido a permeação de células em capilares e vênulas. Os carcinomas, em geral, se disseminam por via linfática; já os sarcomas, via hematogênica. Outras vias seriam a linfo-hematogênica, a canalicular (de ductos envolvidos por epitélio) e a transcelômica (passagem de células neoplásicas através das cavidades serosas atingindo um local distante do primário). |
Os órgãos mais afetados por metástases são o pulmão, o fígado, os rins, o cérebro e os ossos. Algumas teorias tentam explicar essa predileção; uma primeira teoria aborda a fisiologia tecidual desses órgãos, a qual seria propicia para a implantação das células neoplásicas; uma segunda teoria aborda a arquitetura vascular do órgão e a fisiologia de circulação, propiciando o contato das células neoplásicas com esses órgãos. É importante acrescentar que uma célula que atinja a corrente sangüínea não significa que haverá metástase. Essa célula pode ou ser destruída por mecanismos de defesa ou formar um êmbolo e um trombo, vindo a morrer mais tardiamente. Quando penetra no interstício, a massa neoplásica pode se instalar fragilmente e iniciar sua multiplicação (formando-se daí a metástase), ou cair novamente na corrente sangüínea, continuando seu caminho. |
Copyright© 2000, Disciplina de Patologia Geral do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Página confeccionada por Luciana Corrêa. Qualquer dúvida, contacte-nos.