Laboratório de Informática Dedicado à Odontologia |
Inflamação |
FENÔMENOS EXSUDATIVOS |
Parte externa da parede vascular. Veja uma fenda aberta e a protuberância na parede (seta) indicando a presença de um corpo celular pronto para sair pela fenda. São momentos dos fenômenos exsudativos da inflamação. |
s fenômenos da exsudação referem-se à migração, para o foco inflamatório, de líquidos e células, provenham eles de vasos ou dos tecidos vizinhos. Distinguem-se dois tipos de exsudação nessa fase: a exsudação plasmática, composta essencialmente por líquidos, e a exsudação celular.
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Vênula exibindo infiltrado inflamatório (composto de líquidos e células) bem próximo à sua parede. Observe como esta é fina e delicada, sendo formada por somente uma camada de células bem espaçadas. Esse detalhe anatômico confere à vênula maior permeabilidade do que a arteríola. Clique sobre a foto e compare com uma arteríola. Ela possui parede bem mais espessada e rija e maior número de células justapostas (HE, 400X). |
EXSUDAÇÃO PLASMÁTICA
A saída do líquido plasmático ocorre principalmente nas vênulas, sendo pouco observada nos capilares e arteríolas. Isso é devido à estrutura histológica das vênulas, que apresentam menor aderência intercelular na sua parede em relação às arteríolas, fato esse que facilita o aumento da permeabilidade venular.
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Vaso sangüíneo em momento de exsudação, tanto plasmática quanto celular. Veja os poros (P) que surgem entre os endoteliócitos (o meio intravascular está a direita) (HE, 1000X). |
O aumento da permeabilidade
vascular pode ser originado de mecanismos diretos, em que o próprio
agente agressor atua sobre a parede vascular, ou indiretos, em que há ação
de mediadores químicos. Nesse caso, o
aumento da permeabilidade pode ser devido ao surgimento de fendas na
parede, isto é, surgem poros entre as células
endoteliais. Esses poros ainda constituem foco de estudos, mas algumas
hipóteses já foram aventadas: os endoteliócitos se contraem e se
separam; os endoteliócitos somente se contraem, mas suas junções ainda
se mantêm, havendo aumento do espaço entre essas células sem
separação delas.
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Edema inflamatório oriundo de trauma (batida). Veja que, além do aumento de volume oriundo do acúmulo de líquido, notam-se outros sinais cardinais, como rubor (eritema) e perda de função. |
A exsudação plasmática é a responsável pela formação do edema inflamatório. O edema inflamatório segue a definição dada aos edemas em geral. Difere destes por ser composto por macromoléculas como albuminas, globulinas, fibrinogênio etc., constituindo o exsudato. A passagem deste da luz para o interstício segue a mesma etiopatogenia dos demais edemas. O aumento da permeabilidade vascular, fato não observado nos demais fenômenos de saída de plasma para fora do vaso, é peculiar aos edemas inflamatórios. Podem ser imediatos e transitórios, observados 15-30 minutos após a agressão e regredindo após 3 horas, sendo oriundos das vênulas (ex.: reação de hipersensibilidade tipo I); imediatos e prolongados, aparecendo imediatamente após a agressão e regredindo depois 8 horas (ex.: queimaduras graves), havendo agressão direta do endotélio; e tardio e prolongado, surgindo 2-4 horas após o aumento da permeabilidade inicial e tendendo a aumentar e estabilizar após 6 horas do seu início (ex.: queimadura por exposição ao sol) (Guidugli-Neto, 1997). |
Momento de exsudação plasmática (L) e celular. Veja que há formação de poros (P) entre as células endoteliais (setas), o que permite a passagem de hemáceas e leucócitos. Observe em destaque (círculo cinza) um neutrófilo passando pela parede e outro próximo ao poro. Esses momentos flagrados nesse corte histológico são decorrentes de mecanismos de marginação leucocitária, diapedese e adesividade dessas células aos endoteliócitos (HE, 1000X). |
EXSUDAÇÃO CELULAR
Os movimentos migratórios celulares são devido, principalmente, à abertura de fendas na parede vascular - o aumento da permeabilidade, como foi visto -, aliada à liberação de mediadores químicos com ação de quimiotaxia, citados na fase irritativa. Colaboram com esses fatores a diminuição da velocidade sanguínea - decorrente das modificações hemodinâmicas apresentadas na fase vascular - e, principalmente, a adesividade das células do tecido vascular (como hemácias e leucócitos) aos endoteliócitos. A marginação dessas células e seus movimentos de diapedese em direção às fendas previamente formadas é que caracterizam uma exsudação celular, ou seja, os fenômenos celulares.
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Copyright© 2000, Disciplina de Patologia Geral do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Página confeccionada por Luciana Corrêa. Qualquer dúvida, contacte-nos.