Laboratório de Informática Dedicado à Odontologia

Sumário

 

Reparação

Apresentação

Cicatrização

Regeneração

Fatores que alteram a reparação

FATORES QUE ALTERAM
REPARAÇÃO

Cicatrização por primeira intenção em um local submetido a incisão e sutura. O processo reparativo acontece normalmente, sem hipermetria do tecido de granulação.

s fases da cicatrização referem-se às cicatrizações de primeira intenção, ou seja, que se desenvolveram dentro dos limites normais de intensidade e duração. Esses itens, se alterados, determinam o desenvolvimento da cicatriz por segunda intenção, cujas fases acontecem mais lentamente e cujo tecido de granulação é hipermétrico. Acontece em tecidos com perdas muito grandes, exsudato abundante e feridas com margens traumatizadas.

 

Cicatrização por segunda intenção após extração dentária. Devido ao emprego de uma má técnica de sutura, sem coaptação das bordas da ferida, o processo reparativo ficou prejudicado, a ponto de não se concluir no prazo normal. As setas apontam o crescimento de tecido conjuntivo fibroso em direção oposta a da ferida, a qual ainda se mantém aberta. Hemorragias, eritema e eventualmente são comuns nesse tipo de cicatrização.

Segundo Guidugli-Neto (1997), os fatores que alteram a reparação, tornando-a patológica, podem ser locais ou gerais. Até certo ponto, esses fatores coincidem com os interferentes no processo inflamatório.

FATORES LOCAIS

1. Tipo de agente: nesse fator, devem ser considerados os mesmos aspectos envolvidos nas inflamações. De modo geral, agentes agressores de curta duração, de baixa patogenicidade etc., permitem que se desenvolva um processo regenerativo ou uma cicatrização por primeira intenção. Assim, incisões cirúrgicas realizadas com técnica e instrumental adequados provocam um processo reparativo ideal; o contrário, por outro lado, também é verdadeiro. Os mesmos princípios são aplicados para os demais agentes agressores.

(Veja o curso "Anestesia, corte e sutura")

Para mais detalhes, consulte nosso banco de imagens.

 

O alvéolo do pré-molar não se reparou após a extração dental. A seta aponta uma área de necrose óssea, decorrente da exposição do osso ao meio externo. Esse processo é denominado e alveolite, em que o tecido de granulação originário da agressão durante a extração do dente se desloca para fora do alvéolo; além disso, ocorre contaminação por bactérias endógenas e exógenas, eventos que impedem a cicatrização e instalam novamente um fenômeno inflamatório. Esse quadro é extremamente dolorido.

2. Contaminação: as contaminações constituem um fator de retardo da reparação. Em geral, as feridas não expostas ao meio externo não possuem resistência alguma às infecções nas primeiras seis horas, havendo acréscimo da resistência com o passar do tempo; já as feridas expostas são mais resistentes. Deve-se abordar também a origem da infecção; as infecções de origem externa devem ser consideradas com cuidado nos atos operatórios, dada a sua alta probabilidade de ocorrência; as endógenas (de origem interna), por sua vez, podem ser de difícil resolução, pois são resultado de bacteremias transitórias (grande quantidade de bactérias circulantes no sangue), a qual tem grande afinidade pela coleção protéica local (necrose, hematomas, tecido de granulação) propiciada pelos processos reparativos.

 

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Cicatriz oriunda de uma abscesso dental. Note que há contração na pele, devido à diminuição do comprimento das fibras colágenas durante a cicatrização. Clique sobre a foto e veja as cicatrizes (setas) também na mucosa bucal, estas oriundas do mesmo quadro de abscesso. Provavelmente este foi de tal monta que provocou essas múltiplas cicatrizes.

3. Características da ferida: feridas maiores demoram mais tempo para cicatrizar do que feridas menores, estando susceptíveis às infecções. O local da ferida também constitui um fator interferente; as diferenças de tensividade que existem entre os tecidos pode ser um fator complicador, pois, faz parte do processo de cicatrização a contração do tecido fibroso; em tecidos com alta tensividade, essa contração fica dificultada. Além disso, a cicatriz final não consegue adquirir o mesmo grau de elasticidade inicial.

 

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4. Outros fatores: a manutenção da irrigação sangüínea é fundamental para a reparação; tecidos pouco vascularizados ou com isquemia tendem a ter reparação mais lenta. As bordas dos tecido submetido a ato cirúrgico devem ser mantidas imóveis, para o bom andamento da reparação. Por fim, traumas na região com processo reparativo praticamente não interferem neste; ao contrário, em algumas situações, facilitam a reparação, pois praticamente se elimina a fase de demolição.

 

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Dente em formação. Em geral, os tecidos mais jovens possui maior capacidade de cicatrização e regeneração (HE, 25X).

FATORES GERAIS

Incluem o estado fisiológico (principalmente idade) e estado nutricional do paciente, temperatura do local e terapêutica com medicamentos. Pacientes com mais idade têm uma tendência a reparar mais lentamente, devido às deficiências de circulação. A ausência de vitamina C (denominada "escorbuto") e a deficiência de proteínas também impedem a cicatrização. Hormônios em excesso, como os corticosteróides da adrenal, também podem prejudicar a cicatrização. Por fim, a utilização de medicamentos contendo zinco facilita o processo reparativo; já drogas antineoplásicas, ao contrário, são contra-indicadas em pacientes com cicatrizações em andamento.

 

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Sumário

Cicatrização

Alterações no crescimento


Copyright©  2000, Disciplina de Patologia Geral do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Página confeccionada por Luciana Corrêa. Qualquer dúvida, contacte-nos.