Laboratório de Informática Dedicado à Odontologia

Sumário

 

Inflamação

Apresentação

Fenômenos exsudativos

Conceitos

Fenômenos celulares

Momentos da inflamação

Fatores que alteram a inflamação

Fenômenos irritativos

Classificação das inflamações

Fenômenos vasculares Inflamação crônica e granulomas

FENÔMENOS CELULARES

 

 

s fenômenos celulares da inflamação envolvem o acionamento das capacidades celulares de movimentação, de adesão e de englobamento de partículas. O principal fenômeno é a saída de leucócitos da luz vascular e sua migração para o local agredido. Esse fenômeno segue algumas fases (Guidugli-Neto, 1997):

 

Leucócitos adjacentes às células endoteliais (setas). Esse fenômeno é denominado de pavimentação, oriundo da marginação leucocitária (HE, 1000X).

1) Pavimentação: os leucócitos posicionam-se adjacentes aos endoteliócitos. Para tal, é necessário que ocorra a marginação leucocitária, ou seja, os leucócitos saem da porção central do fluxo sangüíneo (local onde são comumente encontrados) e vão para a periferia do fluxo. Isso é possível graças à diminuição da velocidade do fluxo (estase sangüínea), decorrente dos fenômenos vasculares.

 

 

 

 

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Movimento de diapedese do leucócito (L). Inicialmente a célula emite um pseudópodo, o qual penetra pela fenda da parede vascular. Vemos aqui a parte interna do vaso. Clique sobre a foto e veja a parte externa. Todo o corpo celular desta célula já atingiu o meio externo, completando a leucodiapedese.

2) Migração: os leucócitos migram pelas fendas entre os endoteliócitos, graças a movimentos amebóides que realizam (diapedese). Primeiramente, a célula emite um pseudópodo (estrutura semelhante a pé) e, depois, o corpo celular. Vale dizer que a célula escolhe o local por onde passa, e essa via acaba sendo preferencial para outras células. Esse mecanismo de escolha ainda não é conhecido.

Juntamente com o leucócito, podem passar passivamente eritrócitos. Denomina-se de leucodiapedese os movimentos diapedéticos dos leucócitos; dos eritrócitos, são denominados de eritrodiapedese.

 

 

 

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Fenômenos celulares. Marginação leucocitária (M), paviementação (P), migração para o interstício (MI) e as células fora da luz vascular. Esses fenômenos são guiados por propriedades inerentes às células sangüíneas (como adesividade aos endoteliócitos) e por fatores quimiotáticos (HE, 400X).

A quimiotaxia é um fator preponderante na exsudação celular. A célula possui, em sua membrana plasmática, receptores para algumas substâncias. Algumas destas podem entrar em contato com esse receptor; parece existir um mecanismo, baseado na mudança conformacional do receptor, que faz com que a célula "perceba" a existência de maior quantidade dessa substância em locais específicos. Percebendo essa maior quantidade, a célula migra para o local. A descrição desse mecanismo ainda é especulativa. As substâncias quimiotáticas já foram descritas na fase irritativa da inflamação.

 

 

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Vemos aqui algumas células inflamatórias comuns de serem detectadas em exames de tecidos inflamados. Canto superior esquerdo: neutrófilo (repare no citoplasma tendendo a eosinofílico (rosa) e o núcleo lobulado); canto superior direito: eosinófilo (o citoplasma é granuloso e sua coloração é bem eosinofílica (rósea); essas duas células são comuns em processos agudos. Canto inferior esquerdo: linfócitos (núcleo basofílico (azul) e citoplasma escasso; podem ser do tipo B ou T); canto inferior direito: monócito (núcleo menos basofílico e citoplasma mais amplo; dará origem ao macrófago); essas duas células são mais comuns em processos crônicos (HE, 1000X).

A variação qualitativa e quantitativa dos diferentes elementos celulares presentes no foco inflamatório promove diferenciações nesse local, que podem caracterizar, entre outras classificações, uma inflamação aguda ou crônica (veja classificação das inflamações). Entre os processos agudos e crônicos, distinguem-se, basicamente, os seguintes tipos celulares:

1) Inflamação aguda:

  • Neutrófilos: granulócitos típicos de fenômenos agudos da inflamação, presentes em maior quantidade nesta fase devido ao seu alto potencial de diapedese e rápida velocidade de migração. Têm ação fagocítica e, se mortos, podem provocar necrose tecidual devido a liberação de suas enzimas lisossômicas para o interstício.

  • Eosinófilos: encontrados nas inflamações subagudas ou relativas a fenômenos alérgicos e em alguns processos neoplásicos. Também possuem capacidade de fagocitose, mas menor que os neutrófilos.

2) Inflamação crônica:

  • Basófilos e mastócitos: granulócitos que aumentam de número em processos crônicos. Os basófilos contêm grânulos de heparina e histamina; os mastócitos, de histamina.

  • Macrófagos: originados dos monócitos, essas células mononucleares são os "fagócitos profissionais", tendo ação sobre ampla variedade de antígenos. Observados mais comumente em estágios de cronicidade e granulomas.

  • Linfócitos e plasmócitos: migram mais lentamente que os neutrófilos para o foco inflamatório, tendo ação coadjuvante nas atividades macrofágicas. Reconhecem antígenos e desenvolvem respostas para eliminá-los, principalmente em quadros inflamatórios crônicos e granulomatosos.

 

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Veja leitura complementar sobre
as células inflamatórias

Segundo Guidugli-Neto (1997), é importante lembrar que a noção de que os polimorfonucleares são típicos de inflamações agudas e de que os mononucleares são característicos de inflamações crônicas é, muitas vezes, acadêmica. Em algumas situações, inflamações crônicas podem ter predominância de neutrófilos (por exemplo, osteomielites supurativas) e inflamações agudas, de mononucleares (por exemplo, infecções virais).

 

Sumário

Fenômenos exsudativos

Fatores que alteram as inflamações


Copyright©  2000, Disciplina de Patologia Geral do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Página confeccionada por Luciana Corrêa. Qualquer dúvida, contacte-nos.